
No dia 2 de junho, a NASA anunciou duas missões para Vênus. Como parte do Programa de Descoberta da NASA, as missões visam entender como Vênus se tornou um mundo infernal. Mesmo tendo tantas características semelhantes à Terra, é necessário entender como se tornou inabitável. Além de desvendar se foi o primeiro planeta habitável no sistema solar, completo com um oceano e clima estável.
A NASA está concedendo cerca de 500 milhões de dólares por missão para o desenvolvimento. Espera-se que cada um seja lançado no período entre 2028 e 2030.
“Estamos acelerando nosso programa de ciência planetária com intensa exploração de um mundo que a NASA não visita há mais de 30 anos”, disse Thomas Zurbuchen, administrador associado da NASA para a ciência.
DAVINCI+ (Deep Atmosphere Venus Investigation of Noble gases, Chemistry, and Imaging)
A missão medirá a composição da atmosfera de Vênus para entender como ela se formou e evoluiu, bem como determinar se o planeta já teve um oceano. A missão consiste em uma esfera descendente que mergulhará na espessa atmosfera do planeta, fazendo medições precisas de gases nobres e outros elementos para entender por que a atmosfera de Vênus é uma estufa descontrolada em comparação com a da Terra.
Além disso, o DAVINCI + retornará as primeiras imagens de alta resolução das características geológicas únicas de Vênus conhecidas como "tesselas", que podem ser comparáveis aos continentes da Terra, sugerindo que Vênus tem placas tectônicas. Esta seria a primeira missão liderada pelos EUA à atmosfera de Vênus desde 1978, e os resultados poderiam remodelar nossa compreensão da formação de planetas terrestres em nosso sistema solar e além. James Garvin, do Goddard Space Flight Center em Greenbelt, Maryland, é o coordenador da missão.
VERITAS (Venus Emissivity, Radio Science, InSAR, Topography, and Spectroscopy)
A missão mapeará a superfície de Vênus para determinar a história geológica do planeta e entender por que ele se desenvolveu de forma tão diferente da Terra. Orbitando Vênus com um radar de abertura sintética, ela irá mapear as elevações da superfície de quase todo o planeta para criar reconstruções 3D da topografia e confirmar se processos como placas tectônicas e vulcanismo ainda estão ativos em Vênus.
O projeto também mapeará as emissões infravermelhas da superfície de Vênus para mapear seu tipo de rocha, que é amplamente desconhecido, e determinar se vulcões ativos estão liberando vapor de água na atmosfera. Suzanne Smrekar, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, no sul da Califórnia, é a coordenadora da missão. O Centro Aeroespacial Alemão fornecerá o mapeador infravermelho e a Agência Espacial Italiana e o Centre National d'Etudes Spatiales da França, contribuirão para o radar e outras partes da missão.
O que achou? Comente!